quero ficar no teu corpo
feito tatuagem
que é pra te dar coragem
pra seguir viagem
quando a noite vem...
e também pra me perpetuar
em tua escrava
que você pega, esfrega
nega, mas não lava...
quero brincar no teu corpo
feito bailarina
que logo se alucina
salta e te ilumina
quando a noite vem...
e nos músculos exaustos
do teu braço
repousar frouxa, murcha
farta, morta de cansaço...
quero pesar feito cruz
nas tuas costas
que te retalha em postas
mas no fundo gostas
quando a noite vem...
quero ser a cicatriz
risonha e corrosiva
marcada a frio
ferro e fogo
em carne viva...
corações de mãe, arpões
sereias e serpentes
que te rabiscam
o corpo todo
mas não sentes...
chico buarque/ ruy guerra
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
ciranda de samba
cirandou até o amanhecer. só no samba sabia ser. a roda e as palmas. a cuíca desconsiderando toda calma. ao samba ninguém escapa. é o que dizia, em coro, a lapa. tendo a barra da saia na mão, a morena sambava. e, diante dela, seu coração exultava. "êta, morena danada!" já era dia, mas a melodia não lhe abandonava. o samba convidava a mais uma rodada.
terça-feira, 27 de julho de 2010
um mês depois...
vendi meu prazer por uns tostões. o pão de cada dia, todo dia, sugeria o silêncio. o acúmulo de palavras resultou em refluxo e, por ora, vomito algumas sílabas.
na
e-xaus-tão
en-con-trei
ra-zão
pa-ra
to-le-rân-cia
toda tempestade é garoa quando há um guarda-chuva de gente no qual pode abrigar-se.
na
e-xaus-tão
en-con-trei
ra-zão
pa-ra
to-le-rân-cia
toda tempestade é garoa quando há um guarda-chuva de gente no qual pode abrigar-se.
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