“fora da noite que me cobre
negro como o poço de pólo a pólo
agradeço a qualquer Deus, se algum acaso existe
por minha alma inconquistável
nas garras das circunstâncias
eu não vacilei e nem me ouviram chorar
sob os golpes do acaso minha cabeça sangra, mas permanece ereta
além deste lugar de rancor e lágrimas
somente o horror das sombras se anuncia
e mesmo a ameaça dos anos encontra, e há de encontrar-me, destemido
não importa quão estreito o portão
quão repleto de penas o veredicto
eu sou o mestre do meu destino.
eu sou o capitão de minha alma.”
wiliam ernet henley
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
olhos de mel
olhos rasgados, de um mel que escorre da íris até a boca. ímãs. devastadores olhos nus, sorriem. e brilham. seduzem. e se calam.
sábado, 21 de agosto de 2010
prisioneira de mim
o corpo repousado no lençol esticado e as horas preguiçosas de uma tarde qualquer me levam a lugar nenhum. algemada aos pensamentos, prisioneira de mim. esse momento não compartilho. silencio a felicidade e a saudade. me deixo ficar no ócio reflexivo, imposto aos encarcerados, para seguir em busca de mim.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
garota solar
chateada, olhava as gotas de chuva no vidro da janela. "não suporto chuva" - pensou. o tempo cinza, o barulho da água no telhado e a sensação de tristeza que esse cenário impunha eram motivos suficientes para maldizer o guardião do céu. não entendia as pessoas que gostavam da chuva para dormir, namorar, ir ao cinema ou tomar chocolate quente. "o céu precisa desabar para fazer essas coisas?" - pensou novamente, mas, dessa vez, em voz alta. o tempo ruim sempre lhe pareceu pior do que, de fato, era. essa implicância com a chuva era conhecida pela família e pelos amigos, que a apelidaram de garota solar. quando recebeu o apelido, fez bico e pouco caso. mas teve que reconhecer... sua felicidade parecia condicionada ao sol. das cores ao cheiro da estação, tudo no verão trazia-lhe um novo suspiro. e, no último suspiro, no inverno, ela despediu-se do mundo com a previsível frase: são pedro sacana...
terça-feira, 17 de agosto de 2010
para além para
para além do que se vê para crer para além do que se teme para frente para além do que se sente para sempre.
domingo, 8 de agosto de 2010
dia dos pais
toquei a campanhia já sabendo o que encontraria do outro lado... um abraço apertado, um beijo arranhado pela barba por fazer, os olhos felizes e as boas-vindas: "minha bel!". essa cena se repete dentro de mim com a periodicidade daquilo que não finda. só sairá de mim quando eu mesma deixar de existir.
feliz dia dos pais, pai.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
o menino
o menino sedutor deixa um rastro de amor por onde pisa. avisa, com seu jeito dengoso, que perigoso é envolver-se em sua manha. manhã de sol e lá vai ele pro mar. iemanjá é capaz de apaixonar. nadar nos braços da sereia e deixar pegadas na areia... sua rotina praieira.
mas o menino não é só brisa, é também vendaval - daquele que desorganiza. agoniza em suas dúvidas, enfurece por suas vontades e emudece em suas supostas verdades. vaidades ocasionais de um garoto caçula.
e quem pode resistir à essa mistura? eu já caí de amores por ele e já quis esganá-lo muitas vezes. paradigma natural da afinidade. felicidade mesmo é saber que o menino faz parte de mim.
mas o menino não é só brisa, é também vendaval - daquele que desorganiza. agoniza em suas dúvidas, enfurece por suas vontades e emudece em suas supostas verdades. vaidades ocasionais de um garoto caçula.
e quem pode resistir à essa mistura? eu já caí de amores por ele e já quis esganá-lo muitas vezes. paradigma natural da afinidade. felicidade mesmo é saber que o menino faz parte de mim.
domingo, 1 de agosto de 2010
tríade
a casa em preparação para celebração.
a placidez de uma dança a três.
o cheiro da felicidade trazendo vivacidade.
o apertar dos laços em abraços.
o choramingo sutil do artifício infantil.
a vida futura que o presente emoldura.
a placidez de uma dança a três.
o cheiro da felicidade trazendo vivacidade.
o apertar dos laços em abraços.
o choramingo sutil do artifício infantil.
a vida futura que o presente emoldura.
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