segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sinta

"nos meus últimos 05 anos de (an)danças pela vida, tenho percebido que estamos vivendo uma espécie de anestesia do sentir. a lógica é: não sinto, logo não sofro.

o medo de ser você mesmo e de não corresponder aos padrões sociais de estética, comportamento e sucesso, têm transformado às pessoas em verdadeiros mutantes, programados para não sentir. montamos o nosso ideal de vida e beleza juntando partes – as pernas da cláudia raia, a boca da angelina jolie, o sucesso da ivete sangalo... – numa odisséia frenética que desagrega e fragmenta mais do que produz sentido.

em pedaços, ficamos impedidos de entrar em contato com o que é essencial. e é assim que o mundo de hoje vem se impondo: tudo em pedaços e separados!

no mundo de hoje, o que fica estabelecido é o não sentir, o não se sentir. no mundo de hoje, não quero estar, não consigo caminhar...

que faço eu, então?

contrário a tudo que vem sendo posto, crio mundo próprio. sentir, sentir e sentir, eis a rotação desse universo. aqui, o toque atravessa o corpo e o contato dá sentido ao sexo. aqui, é possível criar, descobrir, experimentar e reinventar. compartilhar, chorar, errar e amar. aqui, pessoas visitam-se, permitem-se, conectam-se, e saciam sua fome com conteúdo.

para muitos, tudo isso não passa da descrição de um universo paralelo. por mim, tudo bem. a loucura sempre me pareceu uma alternativa saudável de seguir na vida."

carina brandão

domingo, 19 de setembro de 2010

série: cada canto do meu canto


canto cada canto do meu canto. meu encanto: varanda. das conversas a dois, a três, a seis... das danças malucas. das desculpas. da sexta do dendê. do fumacê. da introspecção. da canção. do amasso (um passo para o quarto!). do alongamento da corrida. da bebida. da saudade. da vontade de se deixar ficar... e eu fico.