as minhas meninas poderiam ser de qualquer um, mas são minhas as meninas. e como me orgulho delas. são bravas guerreiras que cicatrizam feridas de batalhas com beijos. minhas e só minhas essas meninas que exalam perfume delicado em momentos de tristeza. suas lágrimas cheiram à rosas. me perco em cada uma delas para me encontrar em todas elas. as meninas minhas são mágicas e me encantam com seus truques de felicidade. são felizes por escolha, por aprendizado. como eu poderia existir sem que as tivesse dentro de mim? as meninas do meu coração, do meu sangue, do meu passado, do meu presente, do meu futuro... para sempre, as meninas serão e só minhas serão essas meninas.
às minhas meninas: mãe, cari, nanda e liz.
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
versos & prosa
entre versos e prosa, vou me lançando ao vento. em doses suaves, faíscas de mim. vou retalhando segredos, compondo enredos, vou me jogando assim.
entre versos e prosa, vou me atirando ao tempo. sem pressa. sem essa de se esconder. vou compassando ritmo, desnudando íntimo, vou até você.
entre versos e prosa, vou me atirando ao tempo. sem pressa. sem essa de se esconder. vou compassando ritmo, desnudando íntimo, vou até você.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
sexo
línguas em balé orgástico. arrepio na nuca. cheiro do desejo. mãos intrépidas. olhos desfocados. em transe, corpo exausto de prazer.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
inocência
adorava ir ao quintal olhar as estrelas. sentia um encantamento sem precedentes. não havia nada, na inocência dos seus quatro anos, que o hipnotizasse mais. a mãe achava graça da obsessão do garoto e, por diversas vezes, repetia: "vai ser astrônomo". em noites de verão, o magnetismo aumentava e se quisessem falar com ele, bastavam ir ao quintal para encontrá-lo deitado na grama, embaixo de uma árvore, com os olhos fixos no céu brilhante. esse era o seu melhor momento, o mais desejado, o mais amado.
certa feita, sentiu-se mais atraído do que de costume por aquele cenário e um frenesi tomou-lhe o corpo. ágil, subiu na árvore e levantou os bracinhos tentando alcançar uma estrela. um barulho e o menino no chão. a mãe correu, apanhou-o nos braços e ouviu sua voz fraca: "por que ela se escondeu de mim, mamãe?". o menino amargou, alguns dias, a frustração por não tocar uma estrela cadente.
certa feita, sentiu-se mais atraído do que de costume por aquele cenário e um frenesi tomou-lhe o corpo. ágil, subiu na árvore e levantou os bracinhos tentando alcançar uma estrela. um barulho e o menino no chão. a mãe correu, apanhou-o nos braços e ouviu sua voz fraca: "por que ela se escondeu de mim, mamãe?". o menino amargou, alguns dias, a frustração por não tocar uma estrela cadente.
terça-feira, 22 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
vida ingrata
os pés descalços neste asfalto quente sentem que é preciso correr. em trote desvairado vai se esquecendo o viver. por quê? o coração não entende a lógica demente em busca do ter. “querida, não seja inocente, é pra sobreviver”. subvida, sobrevida, mas e a vida? o que fazer? deixar que parta, assim nada empata de ser chamada de ingrata.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
reviravolta
acordou com a sensação de uma contínua embriaguez. levantou com dificuldade. a cabeça doía. resultado da vodca duvidosa. foi até o lavabo e desejou que a água, lançada ao rosto, lavasse as lembranças. olhou no espelho e esfregou os dedos nos olhos para remover a pintura. passou a mão no rosto diversas vezes, tentando arrancar da face os vestígios da noite anterior. chorou. um choro devastador que revelava a dor em seu coração.
o espisódio que lhe roubou o ar desenhou-se diante dela: no canto do bar, antonio, seu noivo há três anos, aos beijos com um colega de trabalho. ao lembrar, sentiu a cabeça rodar. não podia acreditar naquilo e nem podia acreditar ter sido capaz de se entregar à cinco homens, seguidamente, após presenciar a cena que a faria uma mulher da vida.
o espisódio que lhe roubou o ar desenhou-se diante dela: no canto do bar, antonio, seu noivo há três anos, aos beijos com um colega de trabalho. ao lembrar, sentiu a cabeça rodar. não podia acreditar naquilo e nem podia acreditar ter sido capaz de se entregar à cinco homens, seguidamente, após presenciar a cena que a faria uma mulher da vida.
domingo, 13 de junho de 2010
às vezes
às vezes, tenho vontade de sair correndo a esmo. às vezes, abraço o ciúme por medo e a dúvida por ressentimento. às vezes, quero fazer muita coisa ao mesmo tempo. às vezes, vou ao extremo, desafiando o meu limite. às vezes, quero ser criança. às vezes, sinto ser impossível conseguir. às vezes, tento não chorar, mas ser forte o tempo todo, às vezes, é chato demais. às vezes, brinco de ser deus, mas a brincadeira sempre acaba ao olhar o espelho. às vezes, escuto os mortos. às vezes, quero ser bicho. às vezes, saio do eixo e procuro as nuvens para me recuperar. às vezes, sou chata, mimada e ácida. às vezes, sonho acordada... muitas vezes, uma cilada! às vezes, cultivo o passado. às vezes, entorpeço os sentidos, envaideço, emudeço, enlouqueço...
sábado, 12 de junho de 2010
valentine´s day
amar é...
enroscar mãos e pés ao dormir e sentir, durante toda a noite, o calor do corpo do outro;
ouvir um "eu te amo" dito, despretensiosamente, no café da manhã;
compreender os maremotos e esperar, com serenidade, pelo desembarque no porto;
rir junto por bobagem e se reconhecer criança apesar dos fios brancos;
entorpecer os sentidos e ainda assim perceber o que, de fato, é real;
salivar a felicidade na boca que entrega um beijo;
dissolver o ciúme em pó e ingerí-lo suavemente;
acreditar em fadas, duendes e cavalos brancos;
compartilhar sessões terapêuticas para desconstruir a crença em fadas, duendes e cavalos brancos;
acolher a dor em um abraço;
ter saudade ainda que se viva sob o mesmo teto;
escutar o que está sendo dito até no silêncio;
sexo pelo tesão, pelo coração;
planejar a família do futuro;
viver entre nós, sendo eu e você.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
fantasia
não sabia o nome dele, mas o encontrava em sua rua, todos os dias, no mesmo horário. religiosamente, ao retornar do trabalho, lina cruzava com ele. não se cumprimentavam. durante dois meses, assistiu ao vai e vem daquele rapaz sem trocarem uma única palavra. falavam por olhares, por gestos comedidos, por sorrisos. palavra mesmo, nenhuma. com o passar dos dias, os encontros rotineiros foram se estabelecendo em acordo tácito. lina sentia-se cada vez mais íntima do "homem da rua". foi assim que resolveu chamá-lo. reparava se ele estivesse de cabelo comprido ou com barba por fazer. elegera as cores preferidas das camisas dele. sabia como tinha sido o dia pelo ar cansado, eufórico ou tranquilo que trazia. notava sapatos novos. chegou a sentir ciúmes por vê-lo bronzeado após um fim-de-semana. os finais de semana passaram a ser tormentos para lina. já no domingo experimentava uma aflição doída e as horas finais das segundas-feiras eram as piores. contava os minutos para o fim do expediente e, apressada, corria para o ponto de ônibus. tinha medo de perder a condução e não o encontrar no horário "marcado". justiça lhes seja feita, durante esses meses, não houve um atraso sequer de ambos. ela sorria satisfeita ao constatar que ele também cumpria com o compromisso.
em uma quarta-feira qualquer, levou um susto quando o viu aproximar-se. suas pernas tremiam. quis correr, mas desistiu ao sentir a mão do rapaz em seu braço. com um sorriso largo e em tom sedutor, ele perguntou:
- qual o seu nome, meu bem?
- por que quer saber meu nome? se for assim, não quero...
foi a última vez que ele a viu.
em uma quarta-feira qualquer, levou um susto quando o viu aproximar-se. suas pernas tremiam. quis correr, mas desistiu ao sentir a mão do rapaz em seu braço. com um sorriso largo e em tom sedutor, ele perguntou:
- qual o seu nome, meu bem?
- por que quer saber meu nome? se for assim, não quero...
foi a última vez que ele a viu.
terça-feira, 8 de junho de 2010
bem-me-quer. mal-se-quer
a felicidade dos encontros. a dor dos desencontros.
a boca e o beijo ardente. a lágrima na face descrente.
a palavra pequena: amor. o dissílabo oposto: rancor.
a mão que afaga. o tapa que cala.
o futuro desejado. o presente rejeitado.
o corpo aquecido. o sentimento esquecido.
o entrelaçamento do querer e do sofrer.
bem-me-quer. mal-se-quer.
a boca e o beijo ardente. a lágrima na face descrente.
a palavra pequena: amor. o dissílabo oposto: rancor.
a mão que afaga. o tapa que cala.
o futuro desejado. o presente rejeitado.
o corpo aquecido. o sentimento esquecido.
o entrelaçamento do querer e do sofrer.
bem-me-quer. mal-se-quer.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
fundo do mar
sentada na areia, à beira-mar, assiste ao seu afogamento. a cena tira-lhe o ar. o corpo engolido pelo azul sedutor, agora bóia sobre ele em paz hedionda. parece veleiro suave que desliza nas ondas. corre até a água em tentativa alucinada de salvar-se. não há mais tempo. fim das angústias. no fundo do mar, a sua existência confusa.
sábado, 5 de junho de 2010
sou mulher
sou mulher de muitos sonhos e algumas realizações. mulher de emoção, guiada quase sempre pelo coração. sou mulher instável, que ora sorri alegre ora pragueja em febre. mulher transparente, algumas vezes incoerente. mulher de dúvidas refletidas no espelho pela manhã. sou mulher de manha, de dengo, de lamento. mulher de muitas fases, de afazeres, de prazeres. sou paradoxal. sou mulher da noite, mulher do dia. sou mulher... você seria?
quinta-feira, 3 de junho de 2010
dia santo
feriado santo. e o santo pedro não faz uma graça. sem graça, sem sal, sem sol. "tem dó! estamos quase no inverno!". gosto do inferno dos dias de verão. não posso pular as estações (quisera ter esse poder), mas posso fazer meu dia santo...
santo sono: saída da cama às 11h
santo prato: salmão e bonito (um peixe com esse nome não tem erro...)
santo papo: conversa em família
santo dengo: chamego sem tempo
santo feriado sem praia.
santo sono: saída da cama às 11h
santo prato: salmão e bonito (um peixe com esse nome não tem erro...)
santo papo: conversa em família
santo dengo: chamego sem tempo
santo feriado sem praia.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
cotidiano
acorda! levanta. lava o rosto. malha. toma banho. qual a roupa de hoje? "não corra ao volante". não escutou. ouve música. bate ponto. café em frente ao computador. trabalho. e-mails. almoço. dieta. "pode um doce?". sem doce. e-mails. trabalho. risadas. saída. bate o ponto. "agora não precisa correr". não escutou. malha. toma banho. janta. "iogurte é janta?". pega o marido no trabalho. dorme. morre?
acorda! levanta. lava o rosto...
acorda! levanta. lava o rosto...
terça-feira, 1 de junho de 2010
santo remédio
foi chegando devagar, me chamando de iaiá. abriu a esteira no chão e estendeu a mão. ofereceu amor e todo o seu calor. me pus a perguntar: "quem será o tar que me chama pra amar?". sem nada mais pensar, me deixei levar. agora o safado vive a me enrolar... não quer saber de casar. corri para a mandinga, mas nem cantiga de santo deu encanto. me restou a vingança e feito criança passei a vadiar. não demorou para o danado me procurar, dizendo que vai casar. já vi que em coração de vagabundo, santo é mudo e vingança cala fundo.
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